Os agricultores e pecuaristas do Rio Grande do Norte, principalmente da região do Seridó, estão endividados, sem pastagens e com os reservatórios de água vazios. A situação no interior, provocada por ausência de chuvas regulares nos primeiros três meses deste ano, foi descrita ontem pelo deputado Vivaldo Costa no plenário da Assembleia Legislativa. Ele anunciou que tomou a iniciativa de convocar uma audiência pública, que ainda terá a data marcada, sobre esse problema. Segundo o deputado, a governadora Rosalba Ciarlini, os secretários estaduais de pastas relacionados com a atividade agricultura, defesa civil e assistência às famílias que vivem no campo, além de prefeitos, serão convidados para a reunião.
Segundo Vivaldo Costa, que foi governador de mandato tampão em 1994, mesmo que comece a chover a partir deste mês, não haverá tempo suficiente para recuperar as atividades dos sítios e fazendas do Rio Grande do Norte. "A situação é irreversível", lamentou. Ele lembrou que em janeiro, fevereiro e março não houve chuvas regulares para garantir o acúmulo de água nos reservatórios. Diante disso, as comunidades rurais enfrentam desabastecimento e têm dificuldades para produzir até mesmo para a subsistência.
"O inverno que estava programado pelos meteorologistas não chegou e no Seridó a situação está uma lástima", disse Vivaldo. Segundo o deputado, os criadores estão com dificuldades para alimentar o rebanho. "Nem o remanejamento do gado para outras cidades eles podem fazer, porque o pasto é escasso em várias regiões. Hoje há um desalento em nossa região", alertou.
Durante a sessão de ontem na Assembleia, outros deputados reforçaram as preocupações apontadas por Vivaldo Costa. George Soares (PR), Hermano Morais (PMDB) e Fernando Mineiro (PT) destacaram que é importante, na audiência pública que será marcada, o governo apresentar medidas concretas para combater o efeito da estiagem.
"O governo precisa tomar medidas urgentes para minimizar os efeitos da seca", disse Fernando Mineiro. George Soares lembrou dos altos investimentos que o homem do campo fez, contraindo dívidas e sem condições de honrar os empréstimos contraídos com instituições financeiras. "Vou procurar a governadora e sugerir que o governo tome medidas, até pode ser o caso de se buscar novas linhas de crédito para salvar o rebanho", disse Vivaldo.
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