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terça-feira, 10 de abril de 2012

MIT desmente ministro sobre abertura de sede no Brasil


 
Mercadante afirmou que universidade criará escola no País, mas MIT disse que 'não abre filiais'
 
 Gustavo Chacra, Enviado Especial a Boston, de O Estado de S. Paulo

Em sua visita a Boston e Cambridge, a presidente Dilma Rousseff buscou aprofundar as relações acadêmicas do Brasil com o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Universidade Harvard, incentivando uma série de parcerias envolvendo estudantes, pesquisadores e professores brasileiros.

O problema é que uma declaração do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, provocou um mal entendido ao afirmar que o "MIT abrirá um MIT no Brasil". E repetiu mais duas vezes - "Teremos uma escola do MIT no Brasil. Vamos criar uma sede do MIT no Brasil".

Horas depois, a universidade desmentiu o ministro. "O MIT não abre filiais no exterior", diz comunicado, acrescentando que deve ter havido "um pequeno mal entendido" e que "o ministro falava em uma noção geral de colaboração". O único acordo oficial envolve uma parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

Mercadante, ao saber do desmentido, fez questão de repetir que o "pró-reitor do MIT, Rafael Reif, afirmou que há o interesse em abrir um centro de pesquisa no Brasil".

No seu discurso depois de encontro com a reitora da universidade americana, Susan Hockfield, a presidente não mencionou o convite à instituição para ir ao Brasil. De acordo com um porta-voz da Presidência, diferentemente do que disse Mercadante, a própria Dilma teria convidado o MIT, que ainda estudava o convite.

Em discurso no MIT, Dilma disse apenas acreditar que "a nossa parceria (Brasil-EUA) para o século 21 será baseada no conhecimento. Por este motivo, me comprometi em dar suporte a este acordo (entre o ITA e o MIT)".

A Universidade Columbia, de Nova York, anunciou há algumas semanas que vai inaugurar um centro no Rio de Janeiro. As negociações duraram meses e foram feitas diretamente com o governo estadual. Universidades como a NYU (Universidade de Nova York, na sigla em inglês) e a Georgetown possuem filiais com graduações no Golfo Pérsico e Yale deve abrir uma em Cingapura. Todas terão graduação e pesquisa.

Também é comum uma série de universidades americanas estabeleceram convênios com instituições de ensino estrangeiras. A própria Columbia, mesmo com o centro no Rio, tem ligações na área de relações internacionais e administração pública com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

Um dos objetivos do Brasil, mencionado tanto por Mercadante como por outras autoridades brasileiras, seria usar o projeto Ciência sem Fronteira para enviar estudantes para o MIT, entre outras universidades americanas. O foco seria nas áreas médicas e tecnológicas.

O governo brasileiro ficaria incumbido de dar as bolsas, pagando a anuidade da universidade. Os alunos precisariam, de qualquer maneira, passar pelo processo seletivo, sem garantia de vagas. Na prática, altera pouco o cenário porque quase a totalidade de doutorandos brasileiros no MIT já tem bolsa da própria universidade.

Uma diferença, porém, seria a obrigatoriedade de retornar ao Brasil. Muitos estudantes brasileiros ainda optam por permanecer no exterior depois de concluírem a pós-graduação. "Acho difícil eu voltar. Não tem mercado na minha área", afirmou o doutorando de Engenharia Elétrica do MIT Bruno do Valle.

Depois do MIT, Dilma almoçou com o governador de Massachusetts, Deval Patrick. Ela foi recebida por dezenas de crianças de dois colégios brasileiros na região de Boston. Em seu discurso, ela ressaltou a importância da "comunidade brasileira em Massachusetts, que é a maior entre as estrangeiras".

Harvard. No fim do dia, a presidente visitou Harvard, onde fez uma palestra. A administração também anunciou uma colaboração com a universidade por meio do Capes para apoiar doutorandos e pós-doutorandos do Brasil, além de estudantes de áreas médicas, exatas e tecnológicas. Haverá ainda uma bolsa de professor visitante brasileiro na universidade americana.

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